Todo apoio à ocupação pela Casa do Estudante Indígena da UFRGS

O PSOL-RS manifesta todo seu apoio à luta da comunidade indígena pela Casa do Estudante Indígena.

7 mar 2022, 10:46 Tempo de leitura: 5 minutos, 21 segundos
Todo apoio à ocupação pela Casa do Estudante Indígena da UFRGS

O PSOL-RS manifesta todo seu apoio à luta da comunidade indígena pela Casa do Estudante Indígena. No domingo (06/03), estudantes indígenas dos povos Kaingang, Xokleng e Guarani ocuparam a antiga sede da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Smic) de Porto Alegre, reivindicando a criação do espaço para que alunos indígenas da UFRGS e seus filhos possam residir e estudar. É uma luta travada há muitos anos por estes povos, que agora ganha força com a ocupação de um prédio que estava abandonado e se deteriorando na região central da cidade. Essa mobilização tem todo nosso apoio, dos nossos parlamentares, dirigentes e militantes. Casa do Estudante Indígena, já!

Confira abaixo duas reportagens sobre o assunto que foram originalmente publicadas no site Sul21.

Estudantes indígenas da UFRGS ocupam prédio no centro de Porto Alegre

Um grupo de aproximadamente 50 estudantes indígenas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em sua maioria mães, ocupou, na tarde deste domingo (6), o prédio onde funcionou a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio de Porto Alegre, na entrada do Túnel da Conceição, e que hoje está abandonado. As estudantes indígenas dos povos Kaingang, Xokleng e Guarani reivindicam a construção de uma Casa do Estudante Indígena, demanda antiga, que até hoje não foi atendida pela Universidade.

O coletivo de estudantes indígenas quer que o prédio abandonado seja aproveitado para moradia estudantil onde possam permanecer com seus filhos e que sejam garantidas também bolsas de permanência para todos os estudantes indígenas na universidade. Gah Té Iracema, kujà, pajé do povo Kaingang, que recentemente foi indicada pela UFRGS para o título de Dra. Honoris Causa, está participando da ocupação. As estudantes destacam que o prédio ocupado está abandonado há muito tempo e virou um ponto para usuários de drogas.

O coletivo de estudantes indígenas assinalou que, em uma carta dirigida à Coordenadoria de Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas (CAF) da UFRGS, em 2017, exigiu ações da universidade para que a cultura dos povos fosse respeitada e valorizada, assegurando condições para a permanência nos estudos, a não desistência e o não “embraquecimento”. Entre as reivindicações apresentadas na carta, uma das mais importantes era uma casa indígena. As estudantes relatam ainda que algumas mulheres indígenas que já viveram na Casa do Estudante da UFRGS tiveram que esconder seus filhos, pois o regimento interno da casa não permite crianças.

As estudantes lançaram, no final da tarde deste domingo, uma campanha de doações, especialmente de alimentos e produtos de limpeza, que podem ser entregues no próprio local. As informações da campanha são as seguintes:

Para apoiar a Ocupação

PRECISAMOS DE: Alimentos e utensílios de cozinha, botijão, água, fios, canos, compensados, martelos, pregos, produtos de limpeza, sacos de lixo, luvas, vassouras e gerador.

OU CONTRIBUA COM QUALQUER VALOR:

PIX: CPF 03478244048
Jaqueline de Paula

CONTATOS:
(48) 98857-2882
(47) 9743-0515

UFRGS promete ‘atuar de forma cooperada’ com Prefeitura e diálogo com estudantes indígenas

A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da Universidade Federal do Rio Grande do Sul divulgou nota, na noite deste domingo (6), se manifestando a respeitando da ocupação promovida por estudantes indígenas da UFRGS de um prédio no centro de Porto Alegre e da reivindicação pela construção de uma Casa do Estudante Indígena.Um grupo de aproximadamente 50 estudantes indígenas, da UFRGS, em sua maioria mães, ocupou o prédio onde funcionou a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio de Porto Alegre, na entrada do Túnel da Conceição, e que hoje está abandonado. As estudantes indígenas dos povos Kaingang, Xokleng e Guarani reivindicam a construção de uma Casa do Estudante Indígena, demanda antiga, que até hoje não foi atendida pela Universidade.

O coletivo de estudantes indígenas quer que o prédio abandonado seja aproveitado para moradia estudantil onde possam permanecer com seus filhos e que sejam garantidas também bolsas de permanência para todos os estudantes indígenas na universidade. A noite de domingo foi tensa no prédio que foi cercado por viaturas e efetivos da Polícia Federal e da Guarda Municipal de Porto Alegre. Após uma longa negociação, que envolveu a presença também de integrantes do Conselho Tutelar, os estudantes conseguiram permanecer no prédio, onde passaram a noite.

Na nota, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis afirma que a ” Universidade está em contato com a Prefeitura de Porto Alegre, proprietária da área, para atuar de forma cooperada no tema”. “Um representante da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis será indicado para integrar os trabalhos e o diálogo com os estudantes indígenas”, acrescenta.

Confira abaixo a íntegra da nota:

Nota de Esclarecimento

Em relação à ocupação do antigo prédio da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, informamos que:

– A Universidade Federal do Rio Grande do Sul é uma universidade aberta e que trabalha pela inclusão. No que diz respeito à população indígena, oferece ingresso por todos os meios estabelecidos na legislação acadêmica: cotas no vestibular, acesso via SISU e Processo Seletivo Específico para Indígenas.

– Em todas as questões de assistência envolvendo a população indígena, a UFRGS atua observando os limites e diretrizes estabelecidos pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

– A UFRGS foi uma das universidades que mais destinou recursos nos últimos dois anos para o atendimento assistencial, o que inclui os indígenas. O valor investido foi superior a R$ 38 milhões.

– Entre as modalidades de assistência estão as Casas do Estudante, localizadas em três campi distintos, totalizando cerca de 550 vagas, disponibilizadas a todos os alunos que contemplem os requisitos dos editais de chamamento.

– Além disso, os indígenas têm vaga garantida na moradia estudantil e, no caso de mães ou pais, podem optar pelo auxílio-moradia, caso assim desejem.

– A Universidade está em contato com a Prefeitura de Porto Alegre, proprietária da área, para atuar de forma cooperada no tema. Um representante da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis será indicado para integrar os trabalhos e o diálogo com os estudantes indígenas.