8 de Março: em todo Rio Grande do Sul, mulheres lutam por direitos e pelo fim da violência
As mulheres do PSOL-RS estiveram na construção de protestos em todo o estado.
9 mar 2022, 16:47 Tempo de leitura: 8 minutos, 51 segundosO 8 de março, data em que é comemorado o Dia da Mulher, é um dia de luta. Em todo o Rio Grande do Sul, mulheres se reuniram para reivindicar mais direitos, se manifestar contra feminicídios e violência, pedir Fora Bolsonaro, combater opressões e exigir vagas em creches para seus filhos. As mulheres do PSOL estiveram presentes nos atos em diversas cidades gaúchas.
Em Porto Alegre, a organização do ato ocorreu de forma unificada, com mais de cem organizações e uma forte presença na manifestação, que teve início em frente à prefeitura. A mobilização teve como temas centrais a luta pela vida, contra Bolsonaro, o racismo, a fome e o desemprego. “Foi uma organização bastante democrática, unificada, da qual nós mulheres do PSOL temos muita honra de participar já há alguns anos”, avaliou Carla Zanella, da setorial de Mulheres do PSOL e coordenadora da Emancipa Mulher.
Dentre os movimentos sociais presentes, estava a Frente Nacional de Luta (FNL), que está à frente de ocupações em Porto Alegre e Região Metropolitana lutando pelo direito à moradia. O ato contou, além de organizações feministas, também com movimentos de juventude, negritude, LGBTs, indígenas, sindicais, de educação, entre outros. As deputadas do PSOL gaúcho, Luciana Genro e Fernanda Melchionna, estiveram presentes, bem como as vereadoras de Porto Alegre, Fran Rodrigues, Karen Santos e Natasha Ferreira, e o vereador Matheus Gomes.
Bagé
O 8M reuniu mulheres de diversas organizações em Bagé, com uma forte representatividade, e ocorreu na Praça do Coreto. As principais pautas levantadas foram “Bolsonaro nunca mais”, o combate à violência contra a mulher e também contra a pobreza menstrual.
“Houve coletas de absorvente para doação lá também. O ato foi realmente especial”, conta Renata Carvalho, do PSOL Bagé. A luta pela dignidade menstrual é uma das grandes demandas do movimento feminista e é tema de dois projetos de lei da deputada Luciana Genro que aguardam tramitação na Assembleia Legislativa.
Canoas
Em Canoas, o movimento de mulheres marcou a data com a entrega de uma moção de repúdio na Câmara de Vereadores à forma como foi feito o sorteio das vagas para as creches no município. “O processo de sorteio não teve um critério aberto, não conseguimos fazer qualquer questionamento sobre quem recebeu as vagas. Além da questão das mães poderem trabalhar, sabemos que as creches fazem um trabalho pedagógico, de socialização, que é muito necessário. Estamos lutando para que todas as crianças, todas as famílias sejam contempladas”, afirmou a militante do PSOL Canoas, Gisele Domingues.
O ato de Dia da Mulher na cidade ocorre no sábado, dia 12, na Esquina Democrática, tendo como pautas: pela valorização do SUS; pela valorização da educação; por mais oportunidades de emprego e renda; acesso universal às creches; fortalecimento da Rede Lilás; preservação ambiental.
Caxias do Sul
O ato de Dia da Mulher foi bastante representativo em Caxias do Sul, onde ocorreu na Praça Dante Alighieri, no centro da cidade. As mulheres do PSOL fizeram uma banca do partido, que foi bem recebida pela população caxiense. Além dos temas nacionais, como o Fora Bolsonaro e a luta contra a violência contra a mulher, as mulheres de Caxias também reivindicam o subsídio para reduzir o valor da passagem de ônibus.
“A passagem aumentou de R4 4,75 para R$ 5,50. A promessa de campanha do atual prefeito era baixar a tarifa para R$ 3,50. E quem paga o preço é a população, as mulheres precisam do transporte público”, colocou a presidente do PSOL Caxias do Sul, Karina Santos.
Charqueadas
O PSOL Charqueadas organizou o ato na cidade em frente ao Clube Tiradentes, com uma pauta voltada ao combate aos feminicídios. Em menos de dois meses, duas mulheres foram assassinadas no município, e nesta semana uma terceira foi brutalmente agredida pelo companheiro, em caso que está sendo tratado como tentativa de feminicídio. Uma das vítimas tinha apenas 19 anos.
“O município não tem registros oficiais de índices de violência doméstica e agressão contra mulheres, não tem uma casa de acolhimento para mulheres em situações de vulnerabilidade, tampouco investe em políticas públicas para mudar esse cenário”, critica a presidente municipal do partido, Priscila Vaz.
Passo Fundo
Em Passo Fundo, a data foi marcada pela entrega de “machistômetros”, material contendo uma lista de sinais que alertam para a violência contra a mulher, por parte da militante Ingra Costa e Silva. Nesta quarta-feira (9), Ingra, que foi candidata a vereadora na cidade, também foi à tribuna da Câmara Municipal falar sobre a data e expor as principais reivindicações do movimento na cidade.
“São centenas de mulheres que aguardam a abertura de vagas em escolas de Educação Infantil no nosso município. Todos os dias os nossos grupos de mulheres recebem pedidos de ajuda de mulheres com filhos de 0 a 5 anos que, muitas vezes, perdem oportunidades de emprego por não ter com quem deixar os filhos. E por isso estaremos recolhendo assinaturas em uma carta denúncia, organizada pelo Grupo Unificado de Mulheres de Passo Fundo, que relata esse problema e deve ser entregue às autoridades no final do mês de março”, disse Ingra.
Pelotas
A concentração para o ato em Pelotas ocorreu em frente à prefeitura, a partir das 17h. Às 18h, o movimento saiu em marcha pelo centro da cidade, com uma parada na Esquina Democrática e encerramento no Mercado Público. A marcha foi organizada pela Frente Feminista do 8M, composta por diversos coletivos, sindicatos, organizações e partidos do município. Os vereadores do PSOL em Pelotas, Jurandir Silva e Fernanda Miranda, estavam presentes.
O fim do racismo e o Fora Bolsonaro foram dois dos temas que permearam o ato na cidade do sul do estado, que teve como mote “PELA VIDA DAS MULHERES: Bolsonaro Nunca Mais. Por um Brasil sem machismo, racismo e fome”. Roberta Mello, do PSOL Pelotas, relata que o partido também distribuiu panfletos, com o objetivo de dialogar com a população.
Rio Grande
Em Rio Grande, o ato reuniu política e arte, com espaço para crianças, apresentação de música, poesia, espaço de fala e varal de fotografias. O protesto ocorreu no Largo Dr. Pio, lugar histórico das lutas da cidade, a partir das 16h, puxado pela Setorial de Mulheres do PSOL RG. Dentre os temas da mobilização, estavam “Pela vida das mulheres, Fora Bolsonaro! Bolsonaro Nunca Mais! Por um Brasil sem racismo, sem machismo, LGBTfobia e fome!”
“Localmente, demos destaque para a importância da vacinação infantil – Rio Grande foi a única cidade do estado que exigiu Termo de Consentimento dos pais, logo derrubado, mas depois foi exigido às crianças acompanhadas por outros responsáveis – e ao aumento da violência contra as mulheres, que subiu consideravelmente no último período, com seguidos casos de estupro e feminicídio”, colocou Karina Macedo, do PSOL Rio Grande.
Santa Maria
Em Santa Maria, o ato ocorreu na praça Saldanha Marinho, no centro da cidade, e reuniu diversas organizações, movimentos sociais e partidos. Dentre as pautas, estavam a necessidade de se conquistar mais direitos enquanto mulheres, assim como políticas públicas e participação política.
‘Hoje em dia, os homens fazem as regras para nós, mulheres. Também abordamos a questão de creches, que são fundamentais para que as mães possam trabalhar e ter a sua independência financeira, para não ficarem submetidas a dinheiro de terceiros e dependendo de maridos. Precisamos que as mulheres tenham a dignidade de ter sua independência financeira”, apontou Carina Adriane Corrêa, do PSOL Santa Maria.
Santana do Livramento
A atividade do Dia da Mulher foi a primeira organizada pela recém-criada Emancipa Mulher Santana do Livramento. A organização é um braço local da ONG de mesmo nome criada por Luciana Genro em Porto Alegre em 2017, que atualmente atua em diversas cidades. “A Emancipa Mulher começa na fronteira a partir da necessidade de promover trocas e nos fortalecer enquanto mulheres trabalhadoras, sujeitas da história que não se deixam silenciar e que lutam por seus direitos, contra a desigualdade de gênero, de classe social e de raça”, aponta a militante do PSOL Livramento Cassiane da Costa.
As militantes organizaram uma campanha de arrecadação de materiais de higiene e montaram kits para 40 mulheres em situação de vulnerabilidade com itens como absorventes, shampoo, desodorante, escova e creme dental, sabonete, além de mensagens motivacionais sobre questões de gênero. Os kits foram entregues para mulheres privadas de liberdade, mulheres catadoras e mulheres da ocupação na Vila Real.
Uruguaiana
O PSOL Uruguaiana marcou a data com a entrega de “machistômetros” e diálogo com a população local para conscientizar mulheres e adolescentes sobre a importância de se fazer a denúncia em casos de violência contra mulher. Além do calçadão do centro de Uruguaiana e do Colégio Estadual Romaguera Côrrea, que foram os locais escolhidos para esta primeira ação, a presidente do PSOL na cidade, Paty Rex, seguirá entregando os materiais em outros pontos da cidade ao longo da semana.