Ato político no Centro de Porto Alegre marca os cinco anos do assassinato de Marielle Franco
O ato em Porto Alegre começou por volta das 12h, no encontro da Rua General Câmara com a Rua dos Andradas. Aberto espaço para falas, Fran Rodrigues, vereadora suplente na Câmara de Porto Alegre e militante do coletivo Juntas, afirmou que a luta pelo esclarecimento do caso fortalece a luta do povo negro.
15 mar 2023, 09:01 Tempo de leitura: 3 minutos, 8 segundos*Matéria de Pedro Neves, originalmente publicada no Brasil de Fato
Um ato político realizado no Centro Histórico de Porto Alegre marcou os cinco anos do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. A manifestação contou com a fala de parlamentares do PSOL e de entidades apoiadoras.
No dia 14 de março de 2018, a então vereadora Marielle Franco foi vítima de um atentado e morreu. Seu motorista, Anderson Gomes, também foi assassinado. A única sobrevivente é a jornalista Fernanda Chaves, assessora da ex-parlamentar.
O ato em Porto Alegre começou por volta das 12h, no encontro da Rua General Câmara com a Rua dos Andradas. Aberto espaço para falas, Fran Rodrigues, vereadora suplente na Câmara de Porto Alegre e militante do coletivo Juntas, afirmou que a luta pelo esclarecimento do caso fortalece a luta do povo negro.
“O mesmo sistema que oprime o povo negro foi quem tirou a vida da Marielle. É inadmissível que meia década tenha passado e nós ainda não saibamos quem foram os mandantes desses assassinatos”, disse.
Por sua vez, a vereadora Karen Santos (PSOL) afirmou que é um momento difícil que a população de Porto Alegre vive. Fazendo um paralelo com a cena política do RJ, destacou que Marielle foi assassinada justamente por combater lá os mesmos problemas que a população sofre aqui.
“O legado da Marielle, para nós, está nessa insistência e rebeldia de construir um novo caminho para o nosso povo”, defendeu.
O vereador Pedro Ruas (PSOL) disse conviver com um sentimento contraditório de orgulho com frustração. “Temos o orgulho de ter tido a Marielle como exemplo. Mas temos o sentimento de frustração por não termos ainda uma solução para o caso.”
Ruas recordou que Anderson sofreu as consequências de estar ao lado de Marielle, que era o alvo, e que ela mostrou enquanto viveu o valor de uma militância engajada, além de ter denunciado a intervenção militar no Rio de Janeiro como algo que beneficiaria as milícias e prejudicaria o povo. “É claro que ela não seria perdoada por isso”, concluiu.
Presente no ato, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) afirmou que não aceitar a impunidade do caso é uma forma de enfrentar a extrema direita do Brasil.
“Não vamos aceitar anistia para nenhum dos que cometeram crimes políticos e contra a humanidade nesses últimos anos”, reiterou Genro. A deputada também afirmou que espera do atual Ministério da Justiça uma resposta para o caso ainda neste ano.
O vereador Roberto Robaina (PSOL) recordou o ano do acontecimento (2018), afirmando que aquele fato abriu mudanças no país e que o partido, na época, temia que o fato pudesse desencadear uma onda de assassinatos políticos nas grandes cidades. Felizmente, recorda, o triste episódio foi sucedido de ondas de movimentações das organizações negras, estudantis, entre outras.
Para o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) o assassinato de Marielle está conectado com outros acontecimentos políticos que o Brasil vive. “Temos que lembrar que ela foi executada em meio a uma intervenção militar, comandada por um dos generais que depois viria a ser homem forte do governo Bolsonaro”, disse. Ele reforçou a ideia de que não aceitar a impunidade no caso significa lutar contra a onda de extrema direita que cresceu no país.
Também compareceram e fizeram falas a professora e ativista dos direitos trans Atena Roveda, a militante do PSOL Grazi Oliveira, a presidente estadual da Unidade Popular Priscila Voigt e uma representação da direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre.
Confira as fotos do ato na capital: